Viagem de Kombi

Conhecer pessoas é a melhor coisa de toda viagem

Por em 16 de abril de 2016

Sabe aquela sensação de que ainda existem pessoas boas no mundo, pois é, nessa viagem estamos sentindo muito isso e encontrando muita gente do bem.

Desde que começamos a planejar a viagem a preocupação com segurança, roubos e furtos foi constante. Nos relatos de viajantes de carro sempre tinha algum furto ou arrombamento de carro, e amigos e familiares nos alertavam diariamente para tomar cuidado e não confiar muito.

O fato é que nós nunca fomos muito afetados por esse medo que a mídia tenta nos transmitir, claro que sempre andamos muito espertos, afinal moramos no Brasil e sabemos como funciona a violência. Não somos tão confiados assim, mas também não deixamos o medo e a desconfiança nos impedir de fazer algo.

É preciso dar uma chance para tudo na vida, se você estiver aberto a conhecer o novo irá perceber que existe muita coisa boa no mundo e que as pessoas são tão más como te fazem acreditar.

O mais especial de viajar além de conhecer lugares novos, é conhecer pessoas novas, se permitir fazer novas amizades e se permitir confiar no próximo.

Como estamos viajando de kombi, temos toda nossa casa dentro dela e não precisamos pagar hotel ou camping para poder dormir. Acordamos cedo, definimos a cidade da próxima parada e chegando lá procuramos algum posto 24 horas para dormir, tem sido assim a viagem toda e tem funcionado muito bem.

Dormir em postos 24 horas nos proporciona muitas coisas, como por exemplo wi-fi livre, banheiro e as vezes ducha.

A conversa sobre confiança começa a fazer sentido aqui, paramos geralmente em postos em que tem muitos caminhoneiros, ter muitos caminhoneiros significa que o lugar é bom e seguro para dormir. Até hoje, quase dois meses de viagem, nunca fomos incomodados e sempre fomos muito bem recebidos.

A Baunilha gera certa curiosidade e sempre estamos desenrolando nosso “perfeito portunhol” para explicar a todos sobre nossa viagem, as pessoas passam buzinando e fazendo sinal de positivo, tiram fotos e ficam encantados com ela.

Já cruzamos muita gente de bom coração durante nosso trajeto e vivenciamos momentos muito especiais que vão ficar guardados em nossa memória e coração para sempre.

Em Uruguaiana quando levamos a Baunilha para arrumar a suspensão paramos na Oficina Parati e fomos atendidos pelo dono (Nelson). Explicamos para ele que dormíamos no carro e precisaríamos achar um lugar para ficar pois a Baunilha ficaria pronta depois de 2 dias. O Nelson nos ofereceu para dormir dentro da oficina e nos deu a chave da recepção caso a gente quisesse ficar assistindo TV no ar-condicionado e usar o banheiro. Foi nesse momento que começamos a perceber que ainda existem muitas pessoas do bem no mundo.

Foram muitos momentos marcantes até agora na viagem, entre eles um policial super gente boa em Buenos Aires que fez quase uma “segurança particular” da Baunilha, um casal que se identificou com que estávamos fazendo e nos presenteou com duas blusas de frio, um cara de uma funilaria que cobrou mais barato pelo conserto do escapamento para que pudéssemos usar o dinheiro na viagem e muitas outras pessoas que cruzaram nosso caminho até aqui.

Um casal de Puerto Madryn em especial ficou guardado em nossos corações, nos encontramos assim que entramos na cidade pois eles também estavam de kombi e acabamos parando para conversar. A sintonia foi tão grande que acabamos indo comer uma pizza a noite na casa deles, que gentilmente nos convidaram para dormir lá, para que não precisássemos voltar até o posto de gasolina. Ficamos conversando até tarde da noite, fomos dormir e acordamos achando que estávamos em um hotel 5 estrelas, com café da manhã na mesa, Baunilha lavada (ainda não consigo acreditar que eles até lavaram a Baunilha), e um convite para o almoço.

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Graciela e Jorge ou como eu e o Jé chamamos carinhosamente entre nós Tia Graci e Tio Jorge, fomos embora levando uma doce de pêra e uma mandala feita a mão de presente, nos despedimos com lágrimas nos olhos e com a sensação de que fizemos amigos para a vida toda.

A galera da oficina do Pelado vocês conheceram no post anterior, esses também já viraram amigos e marcamos até uma caipirinha quando forem ao Brasil.

São tantas pessoas especias e tantos momentos incríveis que eu poderia ficar aqui escrevendo mais um milhão de palavras, mas vou fechar com uma carona para um grupo de colombianos que estão em missão de paz, correndo do Ushuaia até o canal do Panamá, eles atravessaram a fronteira da Argentina até o Chile com a gente, foram tocando tambores, cantando e o tempo que estava cinza e nublado simplesmente se iluminou com o sol.

Energias boas atraem energias boas, parece que o universo conspira ao seu favor quando você está de coração aberto para o novo. Que venham muitas mais histórias como essas e que possamos absorver tudo o que esses encontros podem nos proporcionar.

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